Gordura Trans: O que é?
Atualmente, as gorduras trans são utilizadas pela indústria alimentícia para garantir a textura e crocância dos alimentos, além de aumentar a validade de certos produtos industrializados como biscoitos, margarinas e sorvetes. O processo industrial para a obtenção dessa gordura é realizado a partir da transformação de óleos em gordura sólida e consistente, pelo processo de hidrogenação industrial.
Seus efeitos na saúde
Sabidamente, o processo descrito acima geram gorduras que elevam os riscos de doenças cardiovasculares. Entre os malefícios e danos das gorduras trans ao organismo está a redução nos níveis de colesterol bom (HDL) e o aumento nos níveis do colesterol “ruim” (LDL). Defensores da saúde dizem que a gordura trans é a mais prejudicial à saúde pois desempenham um papel decisório em mais de 500 mil mortes em todo o mundo, a cada ano, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
O consumo brasileiro
Dados recentes levantados pela Anvisa indicam que, mesmo com a redução desse tipo de gordura nos últimos anos, o consumo continua alto no Brasil. A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomenda que o consumo diário de gordura trans não ultrapasse 1% do valor energético total de uma dieta, ou seja, não mais do que 2 g por dia em uma dieta de 2000 calorias. No Brasil, o consumo gira em torno de 1,4%, podendo chegar a 2,5% em alguns grupos.
Mudanças no setor
Desde de 2003, os rótulos de alimentos do Brasil exigem a declaração de gorduras trans, de acordo com a RDC nº 360/2003. Algumas medidas para reduzir a utilização das gorduras trans estão em discussão na ANVISA, que tem buscado formas de restringir e até proibir essa substância em alimentos. A votação para mudanças nas normas está prevista para 2019 de acordo com a Agenda Regulatória de discussões publicada pela ANVISA.
Hoje, ao menos 27 países já possuem normas para diminuir ou eliminar o consumo de gordura trans nos alimentos. Isso mostra que a restrição é possível. Apesar de maior enfoque nos alimentos industrializados, técnicos da agência afirmam que estão buscando meios para que a restrição também seja ampliada a restaurantes e redes de fast food, para que haja uma redução mais efetiva no consumo dessa gordura no país.
Segundo a ABIA (Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação), parte do setor já participava de acordos com o Ministério da Saúde para diminuir de forma voluntária esse percentual.